Total de visualizações de página

Futebol Arte

Futebol Arte

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O desmanche do elenco cruzeirense: vendas, contusões e muita polêmica


No começo da temporada, durante a Libertadores, time foi comparado ao
Barcelona. Agora, já no quarto técnico, Cruzeiro busca se manter na Série A


Em campo, contra o Figueirense, no dia 22 de maio, Fábio; Leandro Guerreiro, Gil, Léo e Gilberto; Marquinhos Paraná, Henrique, Roger e Montillo; Thiago Ribeiro e Wallyson. Já contra o Grêmio, no último dia 2 de outubro, Fábio; Vítor, Victorino, Léo e Gabriel Araújo; Charles, Sérgio Manoel, Everton e Roger; Montillo e Farías.
campinhos cruzeiro (Foto: ArteEsporte)Diferença de escalação do Cruzeiro no primeiro e no último jogo do Brasileirão (Foto: ArteEsporte)
Não fosse a presença de Fábio, Léo, Roger e Montillo, seria difícil falar que essas escalações são do mesmo time, na mesma edição de um Campeonato Brasileiro. Pois é o Cruzeiro, em diferentes momentos da mesma edição do torneio. A primeira escalação entrou em campo na estreia do Brasileirão, na derrota de 1 a 0 para o Figueirense, no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis. O segundo foi o escalado para a partida contra o Grêmio, na última rodada, na derrota 2 a 0, no Olímpico, em Porto Alegre. Os treinadores também mudaram: a competição começou com Cuca, passou por Joel Santana e Emerson Ávila e, agora, o time é comandado por Vágner Mancini.
Uma rápida análise mostra, de forma clara, o quanto o elenco cruzeirense mudou. De maio, início do Brasileirão, até os diais atuais, houve um verdadeiro desmanche. E é impossível não relacionar a má fase do time, que ocupa a 16ª posição no torneio, o primeiro fora do grupo que está na zona de rebaixamento, com os jogadores negociados, que pediram para sair ou que se machucaram. Em meio a tudo isso, problemas de relacionamento também fizeram parte do tumultuado percurso.
O goleiro e capitão Fábio, um dos remanescentes do time que começou a temporada e um dos poucos poupados pela torcida em meio à má campanha, admitiu que a saída de jogadores atrapalhou bastante.
- São vários fatores. Isso aí já vem, infelizmente, não só dentro de campo. Tivemos jogadores importantes que foram embora e, agora, tentamos reformular dentro da competição. Mas acho que podemos jogar melhor do que temos jogado. Nós temos qualidade para isso. Mas, do jeito que está, com falta de atenção, com falta de personalidade para o que tem que ser feito, sem marcar com seriedade, fica difícil. Isso não pode faltar.
Ah, 2010...
O elenco começou o Brasileiro quase com o mesmo time que foi vice-campeão em 2010. As exceções ficaram por conta do lateral-direito Jonathan, vendido ao Santos, e Wellington Paulista, que foi para o Palmeiras. Na estreia, diante do Figueirense, Farías estava fora da relação, já que havia sido afastado pelo então técnico Cuca, ainda durante o Campeonato Mineiro.
A expectativa do torcedor, e da própria diretoria, eram as melhores possíveis para o torneio nacional. Apesar das baixas, o Cruzeiro tinha conquistado o Campeonato Mineiro e feito a melhor campanha da fase de grupos da Taça Libertadores. O time mineiro foi eliminado nas oitavas de final, de forma dramática, pelo Once Caldas, da Colômbia. Antes disso, chegou a ser apelidado “Barcelona das Américas”.
Saídas e mais saídas
Mas o Campeonato Brasileiro chegou, e os resultados positivos não vieram. Nas cinco primeiras rodadas, foram três empates e duas derrotas, retrospecto mais do que suficiente para que o técnico Cuca pedisse demissão. O substituto: Joel Santana.
Jonathan, Henrique, Thiago Ribeiro, Gil e Dudu deixaram o Cruzeiro (Foto: Editoria de arte / TV Globo Minas)Jonathan, Henrique, Thiago Ribeiro, Gil e Dudu deixaram o Cruzeiro (Foto: Editoria de arte / TV Globo Minas)
Sob o comando de “Papai Joel”, a torcida chegou a se empolgar. O Cruzeiro venceu cinco dos seis primeiros compromissos. Em meio à boa sequência, o volante Henrique, titular absoluto, foi para o Santos, em julho.
Já em agosto foi o ápice das saídas de jogadores do elenco. O atacante Thiago Ribeiro, após uma temporada no departamento médico, situação reclamada publicamente por Joel Santana, foi negociado com o Cagliari, da Itália. Rumo à Europa, saía um dos jogadores de maior empatia com o torcedor. Porém, poucos dias antes, Wellington Paulista retornou à Toca da Raposa II, já que não conseguiu render no Palmeiras.
Até o momento, WP9 não rendeu nesse retorno. O jogador se contundiu na vitória contra o Atlético-MG, na última partida do primeiro turno do Brasileirão. A volta, após oito rodadas, poderá acontecer nesta quarta-feira, contra o São Paulo, às 21h50m (de Brasília), na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
Thiago Ribeiro abriu a fila dos jogadores que deixaram o clube. Depois dele, o zagueiro Gil, até então titular, foi negociado com o futebol francês. No dia seguinte, o meia Dudu, um dos grandes destaques da vitoriosa campanha na Copa do Mundo sub-20, se envolveu em uma polêmica ao ser negociado com o Dínamo de Kiev, da Ucrânia.
Além da venda de jogadores, o Cruzeiro ainda teve de conviver com as várias contusões. O atacante Wallyson, titular absoluto, fraturou o tornozelo esquerdo, e a previsão é de que só retorne em 2012. Outras peças importantes também passaram tempo considerável no departamento médico, casos de Diego Renan, Victorino, Vítor, Ortigoza e Leandro Guerreiro.
Discórdia e mudanças no comando
Com tantos problemas, não foi fácil para Joel Santana manter a recuperação. As inconstâncias dos resultados culminaram na demissão-surpresa do treinador. Para substituir Joel, uma solução caseira: Émerson Ávila, que ocupava o cargo de coordenador-técnico do time profissional. À época, a intenção da diretoria era ter alguém que já conhecesse o grupo e que, com isso, pudesse colocar o time no caminho das vitórias.
Apesar de contar com a confiança da diretoria, os resultados não vieram. Em seis jogos, foram quatro derrotas e apenas dois empates. Enquanto isso, o Cruzeiro se encaminhava perigosamente para a parte de baixo da tabela.
A última cartada?
Dimas Fonseca diretor do Cruzeiro (Foto: Leonardo Simonini / GLOBOESPORTE.COM)Dimas Fonseca explica as saídas
(Foto: Leonardo Simonini / Globoesporte.com)
Há uma semana, o Cruzeiro resolveu mudar novamente o comando e trouxe Vágner Mancini, nessa que poderá ser a última opção para livrar o time do perigosa região da zona de rebaixamento. O primeiro desafio não deu certo, já que, em Porto Alegre, o Cruzeiro foi derrotado pelo Grêmio, por 2 a 0.
Mesmo envolto em uma péssima fase, o que a torcida do Cruzeiro não via há um bom tempo, a posição oficial da diretoria é que a saída dos jogadores não atrapalharam. O diretor de futebol dp clube, Dimas Fonseca, afirmou que todas as reposições foram feitas, e o nível técnico, mantido.
- É importante esclarecer isso ao torcedor. Trabalhamos muito planejados, com números, e não adianta chegar ao fim do ano e dever ao jogador, ao fornecedor, e perder a credibilidade. Se analisarmos, na saída do Jonathan, trouxemos o Vitor, na saída do Henrique, trouxemos o Charles, na do Gil, trouxemos o Cribari. Com a saída do Thiago Ribeiro, trouxemos o Bobô e, com a contusão do Wallyson, trouxemos o Keirrison.

Nenhum comentário:

Postar um comentário